Márcio Lopes Winemaker

Márcio Lopes Winemaker

Apresentação do portfólio de Márcio lopes na Garrafeira Tio Pepe.

Foi há uma década que começou o seu percurso a solo e os seus vinhos parecem ter uma maturidade e história bem mais longas…

Apresentação dos novos vinhos de Márcio Lopes na Garrafeira Tio Pepe

   Márcio Lopes é um dos rostos de uma nova geração de enólogos experimentalistas e revivalistas que têm vindo a trazer-nos vinhos de eleição, capazes de despertar os nossos sentidos para o que é nosso, o que é realmente o vinho português.

   Num ambiente intimista e descontraído contou-nos o seu percurso, desde o zero até às 80 000 garrafas, que hoje em dia completam a sua produção, exportando para 14 países.

Do Douro à região dos Vinhos Verdes, com um projecto em Espanha na Ribeira Sacra, a resiliência na procura de vinhas antigas está patente em quase todas as referências. 

Novidades e novas colheitas

Começamos com o Pequenos Rebentos Loureiro Vinhas Velhas 2018. Feito a partir de uma vinha plantada em 1989 com um clone do Loureiro original. Barrica integrada numa das melhores interpretações desta casta, com uma frescura bem presente e uma acidez cortante. 17,5

Pequenos Rebentos À Moda Antiga 2018. Composto por um blend de Alvarinho e Arinto que varia de acordo com o ano, daí que algumas edições continham o nome “Alvarinho” no rótulo. Mais sério e austero constitui umas das melhores interpretações dos vinhos verdes feitos “antigamente” conferindo uma cor dourada e um aroma sedutor. 17,5

Depois o Permitido 2018. Pode-se afirmar que já é um clássico, com uma identidade e acidez bem vincadas num Rabigato puro. Muda de aromas ou de cor consoante os anos, mas este corpo torna-se cada vez mais apaixonante à medida que preenche o copo. Do Douro Superior, vindo da região da Mêda, este branco que estagia em cubas de inox, é fabuloso. 17

Para terminar os brancos o Permitido Centenária 2018. Não é feito em todos os anos, e se o 2016 era mais contido no aroma e tinha um final longo e prolongado este tem um nariz exuberante num dos brancos do Douro mais equilibrados que provei este ano. Proveniente de uma vinha do século XIX, perto de Vila Real, possui um grande potencial de envelhecimento num excelente conjunto harmonioso. 18

Passando aos tintos o Proibido À Capela 2018.Um vinho feito practicamente sem eletricidade, como eram os ancestrais. Tem pouco corpo mas é bem guloso, fresco e cheio de fruta vermelha, este field blend de uvas tintas e brancas proveniente de uma vinha com 50 anos, foi elaborado de forma manual: desengaço bago a bago, pisa a pé, 12 dias a fermentar em lagar e depois 8 meses em barricas de 225L. Um prazer a desfrutar. 17,5

Proibido Marufo 2018.É o mourisco que agora tem outro nome. Poucos foram até hoje os que conseguiram domar esta casta. São videiras com perto de 30 anos e que com 30 dias de pós-maceração fazem um monocasta muito apelativo e guloso, na mesma linha do vinho anterior, mas que parece ser ainda mais apetecível, daqueles que a garrafa acaba num ápice. 18

Falar de Márcio Lopes é falar do Proibido Grande Reserva 2017.O mais equilibrado de todos os Proibido até ao momento. Um ano muito seco, cheio de adversidades mas vintage. Apresenta um tanino redondo, final de boca longo e incrivelmente fresco, com um ligeiro vegetal. Um grande exemplar que espelha o equilíbrio de doçura e acidez de um Douro resiliente e belo. 18

Apresentação dos novos vinhos de Márcio Lopes

E finalmente… o Proibido Vinha Velha do Pombal 2017.Aqui o patamar subiu. E muito… Elegância, finesse, identidade, carisma.

Não é um vinho qualquer. Vamos ouvir, escrever, falar muito sobre ele, sobre um vinho que tem tudo numa relação de álcool e acidez absolutamente perfeitas. Bastardo, Alvarelhão, Tinta Francisca, Tinta da barca entre outras… Uma acidez de 7g/l . Provavelmente um dos melhores vinhos deste ano. 19

O Caminho está traçado com esta 10ª vindima. 

É muito difícil ficar alheio aos diferentes estilos, abordagens e experimentalismo deste enólogo até porque não é fácil este percurso que até inclui diferentes regiões.

E este Vinha Velha do Pombal é o concretizar de um sonho numa vindima há muito desejada, que concentra todo o prazer de um grande tinto num copo.


Texto _ Carlos Figueiredo | Duarte Silva

Imagem _ Carlos Figueiredo

Categorias Artigos de Opinião

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