Wine in Azores 2021

Wine in Azores 2021

Ficam as sensações de um regresso a eventos vínicos (quase) tal como os conhecemos no passado. Por muitos momentos, com a ajuda do precioso líquido, pensamentos houve em que o Covid-19 pareceu nunca ter existido. Deixo-vos aqui alguns destaques de entre várias coisas boas provadas.

O São Domingos Grande Reserva 2017 é uma novidade no mercado. É um belo tinto, complexo e meticulosamente afinado para um bairradino tão novo. Feito com Baga (40%), Merlot (40%) e Touriga Nacional (20%).

O Casa Américo 625mts é um branco de castas típicas do Dão que prima pela elegância do conjunto. Delicado. Não é um vinho imediato. Gostei bastante.

Outra novidade completa para mim foram os vinhos Kelman. Após beber o encruzado fiquei quase sem palavras ao saber o preço (7/8€) correspondente a tanta qualidade. Ainda há o grande reserva branco, mas não estava presente. Na gama de tintos gostei muito do de entrada (2017) com imensa fruta fresca e bosque num registo franco e descomprometido. O reserva (2016) achei ainda muito rijo de taninos e algo marcado pela madeira. Há que aguardar. Já o 10 castas (2016) é um tinto à antiga do Dão com 10 castas (Bastardo, Rufete, Baga, TN, Jaen, Alfrocheiro, TR, Touriga Fêmea, Trincadeira e Alvarelhão). Um registo austero, tanino fino, meio corpo e final longo. Um vinho com um perfil que se perdeu no tempo. Sem cedências a modas. Gostei muito.

O Obra Completa 2017 é um tinto da região dos vinhos verdes com Merlot e Syrah que parecia ter tudo para dar errado, mas funciona incrivelmente e vem aqui por ser uma bela curiosidade.

Destaque ainda para o trio de topos tintos do projeto Monte Cascas (Dão, Bairrada e Douro). Vinhos tão pouco divulgados quanto bons.

O Quinta da Gaivosa 2017 está cada vez melhor e o Berço 2015 confirma aquele que para mim é o melhor branco da casa Alves de Sousa.

Dos Açores, cada vez mais o Terrantez a mostrar porque é casta coqueluche de entre as autóctones açorianas. Tanto o 2019 da Azores Wine Company como o 2020 da Cooperativa estão excelentes. Menção obrigatória para o espumante Projetos CVIP 2016. Que evolução espetacular! Claramente dos melhores espumantes nacionais nesta fase em que conjuga a frescura, notas de maresia e algas com as primeiras nuances de fruto seco.

Por fim, a DALVA Aguardente Vínica Velhíssima merece o devido destaque e aconselho a todos os apreciadores.

Texto: Bruno Raposo – Cegos por provas

Categorias Wine Experience

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Os Cegos por Provas nasceram através da plataforma Facebook, apaixonados pelo vinho, o grupo desenvolve vários eventos vínicos a nível nacional.