Na sexta-feira decorreu uma prova da Wine and Soul na sala de provas do Porto da ViniPortugal orientada pela enóloga e produtora Sandra Tavares. Começamos com o Vinha do Altar, um branco de uma vinha a 600 metros de altitude que se revelou ser um branco fresco, equilibrado e que vale bem os dez euros que custa. O Guru 2020 é mais cheio mas conservando uma leveza que é típico dele, a madeira está menos notória do que em anteriores edições e por isso precisa de menos tempo para atingir o ponto ideal, a mim, só precisava de ter um pouco mais de acidez para lhe dar mais energia, mas ainda assim, tem um final longo.
Nos tintos começamos com o Pintas Character 2019, que tem um aroma a frutos pretos e um ligeiro vegetal, na boca é encorpado com taninos sedosos, fresco e final longo (mais um vinho excelente para o preço). Seguimos com o Pintas Character 2013, curiosamente nota-se um pouco mais os taninos do que no 2019 e ainda tem muita vida pela frente.
Depois seguiu-se a obra prima, o Pintas 2019, com um aroma muito bonito a frutos azuis, ligeiro vegetal (mato), taninos notórios mas super sedosos, uma frescura enorme e um final de boca interminável. Penso que nunca gostei tanto de um vinho novo, os que estiveram mais próximo foram o Manoella VV 2017 e o Turris 2017, este só é melhor para mim, pois tem uma grande classe como os outros, mas com uma grande potência.
O Pintas Vintage 2019 tem um aroma maravilhoso, taninos polidos, e apesar de ser doce, não é dos mais doces e tem uma boa frescura para compensar, com um final longo. O Pintas 10 anos tem um aroma a casca de laranja e frutos secos, e uma boca com um equilibrio notável entre frescura e acidez, terminando com uma boa complexidade e final bem longo. Um dos melhores 10 anos que conheço, mas que também tem um preço a condizer.
Texto por Duarte Silva
