Prova da Quinta de Arcossó e da Quinta do Tamariz na Vinhedo

Prova da Quinta de Arcossó e da Quinta do Tamariz na Vinhedo

No dia 9 de Abril decorreu na Vinhedo.pt em Barcelos, uma prova de vinhos com a Quinta de Arcossó, da região de Trás-os-Montes, e com a Quinta do Tamariz, da região dos Vinhos Verdes.

Ambas as provas foram apresentadas pelos atuais proprietários: o António Vinagre da Quinta do Tamariz e o Amílcar Salgado da Quinta de Arcossó, donos de uma grande sapiência que amavelmente nos transmitiram tanto quanto foi possível.

A Quinta do Tamariz é um dos produtores mais antigos da região dos Vinhos Verdes (desde 1926) localizados em Barcelos. A prova começou com o Espumante Tamariz Branco Bruto com bolha fina, aroma frutado com algumas notas de frutos secos e tosta, na boca é seco e fresco mas bem equilibrado com um final de boca médio. O Espumante Tamariz Clássico é bem mais evoluído onde já predominam as notas de frutos secos, com uma grande frescura e um final longo. É um espumante menos consensual mas que adoro.

Os brancos começaram com o Quinta de Tamariz Loureiro Superior 2020, é um típico loureiro mas seco, bem equilibrado e sem ser exuberante. O Boas Cepas é um blend da colheita de 2017, ainda cheio de vida, mantendo-se fresco com acidez bem integrada com o corpo e apresenta um final de boca convincente para um vinho de menos de 5 euros. Seguiu-se o Quinta de Tamariz Superior 2017 que apresenta algumas semelhanças com o vinho anterior mas tem mais corpo, frescura e um final longo. Finalizou-se com o Quinta do Tamariz Grande Reserva 2019 que é um vinho com um corpo e álcool que nem parece um vinho verde, mas tem uma frescura que o equilibra. É daqueles vinhos que impressiona e por pouco mais de 10€.

A Quinta de Arcossó localiza-se na Ribeira de Oura, numa encosta exposta a Sul, a uma altitude de 400 metros, junto a Vidago, Chaves, na região de Trás-os-Montes.

A prova começou com o Padrão dos Povos, o vinho base deste produtor com um corpo médio, taninos pouco notórios e fresco a originar um final com alguma persistência. A seguir, o Quinta de Arcossó Colheita Tinto 2017 que acabou de chegar ao mercado, apresenta mais corpo mas acima de tudo uns taninos ainda um pouco duros a precisarem urgentemente de comida. Também ajudaria ter sido decantado. Seguiram-se dois monocastas: o Syrah e o Tinta Amarela, ambos com teor alcoólico elevado mas que não se nota, tal a frescura que têm, apresentam taninos relativamente polidos, e final longo. A maior diferença entre eles parece-me ser que o Tinta Amarela tem algum vegetal e um pouco menos corpo do que o Syrah.

O Quinta de Arcossó Grande Reserva Tinto 2017 apresenta uns taninos suficientemente polidos para já dar uma grande prova, claro que com mais uns anos ainda vai ficar melhor. Já o Quinta de Arcossó Superior Bago a Bago 2018, com uma seleção de uvas de tal forma exigente que lhe deu nome ao vinho, é impressionante, é um vinho jovem com uma grande estrutura, capaz de evoluir favoravelmente ao longo das próximas duas décadas. Quem o quiser beber agora, tem de o decantar e acompanhar com pratos potentes como uma boa feijoada.

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