Começamos pelo Espumante Vinha Pan 2015, um Bruto natural de Baga sem sulfitos adicionados, com bolha fina e uma cor dourada-clara, num estilo oxidativo, muito fresco, mesmo a uma temperatura acima dos 12ºC, com final longo. Espumante fora da caixa, mas muito bom para quem tiver uma mente aberta.
O Espumante Vinha Formal é também de 2015 mas já é um blend de Bical e Cercial (até 2011 era Touriga Nacional) com sulfitos adicionados. Tem um perfil menos oxidativo do que o anterior e por isso é mais consensual, sem nunca deixar de ter personalidade, mantendo um perfil seco e fresco, com final longo.
Depois entramos nos vinhos de 1995. Começamos pelo Luís Pato Vinhas Velhas Branco que com uma cor dourada me fazia recear que estivesse demasiado evoluído para o meu gosto, dado que não aprecio brancos velhos com demasiados aromas a mel e cera. Todavia, ao cheirar fiquei mais sossegado e quando o meti à boca, ui, ui, que coisa boa, sim, já tem alguma evolução, mas está com uma boca fantástica, sendo complexo, mas com um equilíbrio notável e cheio de frescura, fez-me lembrar alguns grandes brancos das Caves São João e os do Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão em Nelas. Só um grande branco atinge este nível com 26 anos!!!
Nos tintos começamos pelo João Pato 1995 que tem partes iguais de Cabernet Sauvignon e Baga. Estava com uma cor linda bordeaux mas com pouca intensidade (semitransparente), na boca estava com uma elegância e taninos sedosos impressionantes para um vinho com estas castas, um sabor fantástico mais a Cabernet do que a Baga, com boa frescura e final longo.
O Quinta do Ribeirinho Primeira Escolha 1995 com Baga e Touriga Nacional, tinha uma cor mais avermelhada e opaca, aparentando estar bem mais jovem e com mais corpo, o que se confirmou na boca, além disso, os taninos ainda eram bem notórios, com grande frescura e final muito longo, este vinho está admiravelmente jovem, diria que pode durar mais umas décadas e ainda não atingiu o seu auge!!!
Acabamos com o Luís Pato Vinhas Velhas 1995, um 100% baga, elegante com taninos suaves, mas cheio de sabor, fresco e final longo, em plena forma!
Que privilégio foi poder beber estes vinhos e estar à conversa com o Luís Pato e a Maria João Pato, sendo que o Pai é um poço de sabedoria e continua irreverente, dizendo o que pensa, sem rodeios, sem dúvida um dos maiores defensores e embaixadores da Baga e da Bairrada!
#Bairrada #Luíspato #1995
