Há uma semana atrás ocorreu uma prova muito boa da Herdade do Rocim na Garrafeira Dom Figueiredo. A da Herdade do Rocim situa-se entre Vidigueira e Cuba, no Baixo Alentejo, com cerca de 120 hectares. A falha da Vidigueira, com cerca de 50 quilómetros de comprimento, condiciona o clima da Vidigueira, convertendo-a, apesar da localização tão a Sul, numa das sub-regiões com o clima mais temperado do Alentejo.
A prova começou com o Rocim branco 2018, menos exuberante de aroma do que nas edições anteriores e mais mineral e gastronómico. O Ânfora 2019 está um grande vinho com um sabor um pouco diferente do habitual e a encher a boca toda num registo fresco e com um final prolongado. O Olho de Mocho 2018 tem uma madeira pouco notória, só a dar complexidade e é muito fresco com um bom final.
Nos tintos o Rocim 2018 tem uma fruta bonita e é daqueles vinhos fáceis de beber, o Ânfora 2019, está mais encorpado do que em edições anteriores e menos vegetal, possuindo um corpo médio e parece um vinho mais convencional, ainda assim, muito fresco e apetecível. O Rocim Alicante Bouschet 2017 não é tão fresco e tem mais corpo e é o primeiro onde os taninos são notórios mas sem incomodarem e com um final de boca médio. O Rocim Reserva 2017 é parecido com o anterior mas com um pouco mais de corpo e um final de boca mais longo. O Olho de Mocho Reserva 2017 tem um aroma cativante e uns taninos redondos com uma boa frescura, parece ter um pouco menos corpo do que o Rocim Reserva mas o final é ao mesmo nível. Já o Clay Aged 2017 tem uma grande frescura com um vegetal bem evidente e um final longo, não é um vinho para todos mas é um vinho superior. Só foi pena não termos provado o Grande Rocim 2015 (já está esgotado no produtor) que ganhou o prémio de “Melhor Monovarietal Tinto do Ano” no Concurso Vinhos de Portugal 2019 e o primeiro prémio na categoria “Melhor Vinho do Ano”, durante a “Essência do Vinho” 2020.
