Malhar o Quinta do Zambujeiro 2006

Malhar o Quinta do Zambujeiro 2006

No último domingo recebi uns amigos num almoço muito especial cujo objetivo era beber uma magnum de Quinta do Zambujeiro 2006 e que se prolongou pela tarde dentro.

Começamos em grande com o Champanhe Clandestin, um 100% Pinot Noir, Brut Natural, de grande frescura, bolha fina e final bem longo.

O Branco Especial, engarrafamento de 2019 estava perfeito, num ponto de evolução fantástico, com madeira de grande qualidade perfeitamente integrada e não impositiva, acidez a equilibrar bem o corpo que tinha, num final complexo e de grande classe.

O Mirabilis Branco 2018 tinha a madeira mais notória mas não excessiva, precisava só de um pouco mais de tempo para ficar mais afinada, já o corpo era enorme, bem untuoso, a acidez também era grande, mas para mim, ainda precisava de ser um pouco superior para aquele todo o corpo, quanto ao final, era obviamente longo.

O primeiro tinto foi mesmo o Quinta do Zambujeiro 2006, já com traços evidentes de evolução a dar complexidade e com os taninos polidos mas bem intenso, madeira notória mas já integrada e apesar de se notar algum calor, tinha uma acidez que lhe dava frescura e é um magnifico exemplo do que pode ser um vinho alentejano de topo.

O Conde de Santar 2008 também tinha madeira notória e era bem potente, parecia um Douro, pois além da potência tinha um lado quente mas com frescura e um final longo.

Já o Vinha da Francisca 2014 parecia um Dão, tal a frescura e finesse que tinha, claro que quando nos disseram que não era, só podia ser um Douro de grande qualidade. Tinha um aroma fantástico e uma madeira de grande qualidade e pouco notória, um polimento de taninos e uma frescura que só dava vontade de beber mais um copo, para mim, foi um dos vinhos do dia e gostei bem mais do que a edição de 2018 que ganhou o prémio de melhor vinho de Portugal neste ano.

A sobremesa foi um clássico, o Barbeito Boal 10 anos que acompanhou uma sobremesa deliciosa feita pela Rosalina. Este Madeira tem um equilíbrio de doçura e acidez que faz a companhia perfeita para sobremesas não muito doces e frescas.

O Lanche começou com o Aliás Rosé 2017, um rosé da Bairrada, bem fresco, intenso e fora da caixa. Seguiu-se o Viña Tondonia Reserva Tinto 2008 vinho muito fresco e com menos corpo do que estava à espera, surpreendeu todos, eu gostei mas estava à espera de um pouco mais.

Para finalizar em grande, resolvi abrir um unicórnio (nome dado pelo André Antunes a vinhos excelentes e difíceis de encontrar) e se o Flor das Maias tinto 2007 não é, não é nenhum. Este é o topo de gama da Quinta das Maias só feito em 2005 e em 2007 e este último está neste momento perfeito, um dos melhores vinhos que o Dão já originou, tem bom corpo e potência, taninos de veludo, a madeira mal se sente, só dá complexidade, uma grande frescura, num final muito longo. Em prova cega deram de 2015 a 2012 para verem como o vinho está novo e pode durar muito mais, ainda em crescendo, eu é que já não tenho mais nenhuma. Bem numa palavra, classe é o que melhor define este vinho.

Só vos digo, é com dias vínicos como este, em que além das boas conversas e comida muito boa, que uma pessoa fica com um sorriso de orelha a orelha, pois ninguém facilitou e o nível dos vinhos foi elevadíssimo.

Categorias Notícias

Acerca

Cegos Por Provas

Os Cegos por Provas nasceram através da plataforma Facebook, apaixonados pelo vinho, o grupo desenvolve vários eventos vínicos a nível nacional.