Crónicas do Baco Cego #2

Crónicas do Baco Cego #2

# 2 O apeadeiro de Meinedo – Sem Igual.

Sem Igual, de nome e de carácter… 

Eram 3 meninos e uma menina num bar do Porto. Foi assim que os conheci, que os fotografei, que descobri os seus vinhos mas um deles só tinha um vinho. Um só. Mais nada…

E era Sem Igual, de nome e de carácter…

Fui conhecendo a pessoa atrás daquele vinho, que depois se tornaram 2, 3, 4 e agora são 5 ( vinhos ). Pois eles também são uma família de 5 ( pessoas ) numa casa linda, pequenina, como que tirada de um filme.

Meinedo quase foge do mapa, foge da linha de comboio do Douro, foge daqueles locais que associamos a grandes paisagens de vinhas cheias de história.

Queria saber mais sobre eles. Queria saber e fui tentando perceber porque há pessoas que largam uma vida regular, citadina, estável e abraçam essa terra que foge. 

É mesmo Sem Igual, de nome e de carácter…

Aí percebi. O vinho apaixona, seduz, envolve, comove e traz connosco experiências de vida, histórias e comunhões. E eu podia escrever sobre os 2 que se juntaram, acerca do engenheiro e dos telemóveis, falar dos filhos e como a conta que Deus fez dá vida àquela casinha cheia e colorida. Mas não. 

Um dia quando for grande queria ser assim. Como estes rótulos, como estes vinhos. 

Um dia também largo a cidade e vou para o campo.

Um dia também queria ter nome e ter carácter. Ser Sem Igual.

Texto e Imagens – Carlos Figueiredo

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