Casa da Passarella

Casa da Passarella

Localizada em Lagarinhos, na sub-região da Serra da Estrela, a uma altitude de 600 a 800m a Casa da Passarella foi fundada em 1892, ainda antes da demarcação da região do Dão (1908). Atualmente pertença do empresário Ricardo Cabral, a Casa da Passarela tem-nos habituado a vinhos que se caracterizam pela sua frescura, longevidade e carácter mineral que muito tem contribuído os solos graníticos e a geografia privilegiada. É do alto da serra que se assiste ao nascimento destes grandes vinhos , vinhos elegantes e frescos feitos pela mão e mestria do jovem enólogo Paulo Nunes .
Falar dos vinhos da Passarela é falar de Paulo Nunes, personalidade impar dos vinhos do Dão. Escolhido enólogo do ano 2017 pela revista vinhos grandes escolhas, Paulo nunes cunha os seus vinhos de uma forma muito própria, trazendo-nos vinhos diferentes com uma abordagem muito própria das castas da região.
Por tudo isto, a visita começou com as espectativas muito altas que à medida que a visita decorria nos íamos apercebendo que não sairiam defraudadas. O nosso anfitrião já nos esperava com a simplicidade e o à vontade de um mestre .
Após uma vista privilegiada às instalações e vinhas onde conseguimos contactar com as míticas vinhas centenárias fomos conduzidos à sala de prova sob orientação do “mestre” e o olhar atento do seu staff.
Fomos brindados com uma prova dos vinhos Descoberta , abanico, enxertia(Jaen), o fugitivo, o villa Oliveira e ainda uma mini-vertical de o enólogo (vinhas velhas)
O Descoberta Branco 2017 feito com encruzado, malvasia fina e verdelho mostrou-se muito fresco com boa acidez, notas de lima, flor de sabugueiro e banana a dar-nos um final de boca médio.
O Descoberta colheita Rosado 2017 elaborado com Touriga Nacional e Tinta Roriz já mostra um aroma discreto com ligeiro floral, com boca média e a terminar seco.
O Descoberta Tinto 2015 feito com as 4 principais castas da região ( Touriga Nacional, Tinta Roriz , Alfrocheiro e Jaen) surpreende-nos no nariz pela fruta negra de grande qualidade com notas de violeta e taninos vincados.
O Abanico reserva 2014 elaborado com Touriga Nacional , Alfrocheiro e Jaen proporciona-nos fruta preta , nariz especiado, pimenta preta, na boca grande acidez, taninos de qualidade e fim de boca longo , aqui a madeira evidente a apelar por cave.
O enxertia Jaen 2014 a mostrar-se floral com fruta madura, complexidade e intensidade , boca com boa acidez e taninos polidos , já muito bebível
O Fugitivo 2014 no nariz a dar-nos notas de fruta preta , tinta da china com complexidade e intensidade , na boca extraordinário com boa acidez e taninos muito prontos.
O Villa Oliveira 2014 , um 100% Touriga Nacional a dar-nos fruta vermelha e algum cítrico, na boca é simplesmente colossal .
Fomos ainda brindados com uma pequena vertical de O enólogo vinhas velhas com as colheitas de 08, 09 e 2010 a mostrar a evolução e o grande potencial deste néctar. Um 2008 muito bom com fruta negra, algum químico e mentolados, na boca a mostrar-se redondo ,com boa acidez e taninos domados. O 2009 mais balsâmico com fruta negra e mentol a dar uma prova de boca fantástica. E um 2010 com ligeiros licorados , num perfil mais floral com notas de esteva e uma boca , para mim ,o mais extraordinário dos três com taninos vivos e um final de boca interminável .
Terminamos ainda com uma inquietante prova de barricas a dar-nos uma perspetiva do que ainda estará para sair…e as expectativas são muito grandes.
Resta-nos agradecer ao Enólogo Paulo Nunes pela simplicidade , simpatia e disponibilidade com que nos recebeu a reforçar nas nossas mentes a ideia de que estamos perante um dos grandes enólogos do Dão e de Portugal. Muito obrigado.

Texto escrito por Miguel Borges

Categorias Wine Experience

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Os Cegos por Provas nasceram através da plataforma Facebook, apaixonados pelo vinho, o grupo desenvolve vários eventos vínicos a nível nacional.

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