Algarve no Copo #9 – Quinta do Canhoto Esquerdino 2018

Algarve no Copo #9 – Quinta do Canhoto Esquerdino 2018

Desde a década de 60 que a Quinta do Canhoto produz uva exclusiva para vinho mas, nos últimos dez anos, foi repensada e a sua vinha de 10 hectares foi replantada e sistematicamente modernizada.

Hoje, esta verdadeira orquestra de aromas e sabores composta pelas castas Touriga Nacional, Syrah, Cabernet Sauvignon, Alicante Bouchet, Antão Vaz e Arinto afina-se em Algarvio e sob a batuta do enólogo Jorge Páscoa, criam verdadeiras odes ao vinho, ao Algarve e à criatividade.

Coincidência ou não, muitos dos membros da família proprietária da Quinta do Canhoto eram e são, curiosamente, canhotos, e talvez isso explique a forte componente criativa sempre presente em todas as gerações.

A prova disso é a nova adega, um sofisticado edifício desenhado pela Arq.ª Joana Fernandes (filha de um dos irmãos ao leme da Quinta). Inspirada na arquitectura Bioclimática e natureza envolvente, o piso abaixo do solo da adega alberga toda a tecnologia de produção e armazenamento do vinho e o piso superior é composto por uma sala de provas, bar de apoio e uma vista privilegiada para a vinha.

O vinho posto à prova hoje foi este Esquerdino Colheita Selecionada Branco 2018 de cor citrina, apresenta notas citricas e nuances tropicais no nariz.
Na boca, a presença dos citrinos mantém-se, bem como as notas de ananás acompanhadas por uma acidez equilibrada, final de persistência curta e ligeiramente seco.

Este Blend de Arinto e Antão Vaz está bastante bem conseguido, a acidez do Arinto balanceada com o Antão Vaz permite acompanhar pratos mais leves e até mesmo ser partilhado a solo.

A crença que as pessoas canhotas são genericamente mais criativas talvez seja um mito. Mas o facto é que há qualquer coisa de especial que acontece quando se brinda e prova um vinho da Quinta do Canhoto. Este não é um vinho de canhoto para canhotos, mas sim o primeiro vinho ideal para canhotos, não porque são mais ou menos capazes, sensíveis ou criativos, mas sim porque raramente o brindam e bebem com a mão direita.

Não acreditam? É brindar para crer.

Texto por: Rui Calado

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