Visita ao Palato do Côa

Visita ao Palato do Côa

Ano passado, um grupo de apaixonados por vinhos rumou até ao Douro e visitou o projeto Palato do Côa.

Em 2008, o enólogo Carlos Magalhães desafiou os seus amigos João Nuno Magalhães, Manuel Castro e Lemos, Albano Magalhães e Bernardo Lobo Xavier, a quem mais tarde se juntou João Anacoreta Correia, a adquirir a Quinta da Saudade na freguesia da Muxagata situada no Douro Superior.

Nasceu assim a sociedade 5 Bagos e o projeto Palato do Côa com o objetivo de criar os melhores vinhos do Douro. Para isso conta com o enólogo Carlos Magalhães e 16 hectares de vinhas das quais 7,5 hectares de vinhas velhas, com cerca de 70 anos. As castas são a Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz, e Alicante Bouschet para os tintos, e Rabigato, Viosinho e Códega do Larinho para os brancos. Estas são as castas típicas do Douro e, mesmo a Alicante Bouschet, é uma casta trazida para o Douro há muito tempo, sobre a qual existem inúmeros registos nas primeiras vinhas pós-filoxera, no final do século XIX

Fomos recebidos de forma calorosa pelo Paulo Schreck que nos mostrou as vinhas e a adega, e explicou-nos que todos os vinhos são feitos com uvas da Quinta, pois não compram uvas fora.

Deixo aqui umas pequenas notas que tirei dos vinhos:

Palato do Côa Colheita branco 2018 – aroma citrino e um pouco a loureiro, boca seca e acidez média e equilibrada, final curto a médio.

Palato do Côa Colheita branco 2015 – aroma citrino contido, boca com acidez média a elevada e final médio.

Palato do Côa Colheita branco 2012 – aroma com um pouco de evolução e que até parece ter madeira, a boca muito fresca e final médio a longo.

Palato do Côa Colheita branco 2011 – aroma com um apetrolado intenso e boca no mesmo sentido, com alguns amargos, acidez média e final médio.

Palato do Côa Reserva branco 2017 – aroma mineral e um pouco citrino, não completamente seco, mas com acidez que o mantém fresco e com final longo.

Palato do Côa Colheita tinto 2016 – aroma a frutos vermelhos com vegetal, meio corpo, taninos suaves, acidez elevada e novamente vegetal, final médio a longo.

Palato do Côa Reserva tinto 2014 – aroma a frutos vermelhos, mas algum vegetal e madeira, boca com corpo médio mais, com acidez média a elevada, tanino médio, mas ainda por amaciar e um ligeiro amargo no final.

Palato do Côa Reserva tinto 2012 – aroma com fruta madura, ligeiro vegetal, na boca muito fresco, tanino médio ,mas polido e final médio.

Palato do Côa Reserva 2008 – aroma com fruta madura, vegetal, um pouco terroso, tanino verde, com um ligeiro amargo.

Palato Touriga Nacional 2017 – aroma floral e frutos vermelhos, na boca um tanino polido, sem madeira, final médio.

Palato do Côa Grande Reserva 2014 – aroma com frutos vermelhos e ligeiro vegetal, boca com tanino médio a elevado relativamente polido mas ainda com muito espaço para melhorar. Final fresco e longo.

Foi uma boa prova que serviu para perceber a evolução dos vinhos e que estes são uma boa opção para quem gosta de vinhos durienses menos pesados e mais frescos.

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Cegos Por Provas

Os Cegos por Provas nasceram através da plataforma Facebook, apaixonados pelo vinho, o grupo desenvolve vários eventos vínicos a nível nacional.